Gaymada é espaço de integração entre pessoas LGBTQIAPN+

Atividade estimula amizade e criação de redes de apoio, explicam organizadores

Jogo praticado por crianças e adolescentes no Brasil, a queimada se tornou um importante elemento de encontro e integração entre pessoas LGBTQIAPN+ em São Paulo. Tudo começou em 2016, quando um grupo passou a praticar o esporte no Largo da Batata e fez um chamamento via redes sociais convidando outros interessados.

Nascia, assim, a Gaymada SP que, anos depois, continua exercendo sua função social de garantir acolhimento e diversão pela prática do esporte.

“Ela teve um papel fundamental na minha vida, porque eu ainda não me conhecia com profundidade, tinha poucos amigos e, pelo esporte, pude me abrir para me relacionar com pessoas iguais a mim”, explica Hudson Souza, 35 anos, um dos organizadores hoje da atividade ao lado de Bruno Kawagoe, 31 anos e Kisha Alex Silva, 28 anos.

“A gaymada também me deixou à vontade para ocupar espaços da cidade e a criar uma rede de apoio, porque sabia que estaria protegido naquele ambiente”, completa.

Novas amizades

Os eventos da Gaymada SP acontecem hoje mensalmente no Largo do Arouche, região historicamente ocupada pela comunidade LGBTQIAPN+ na cidade de São Paulo. Além disso, há eventos especiais em regiões periféricas da cidade e nos municípios vizinhos, como na região metropolitana do ABCD.

Grupo da Gaymada SP após um dia de atividades no Largo do Arouche, no centro da cidade de São Paulo.

“Para participar, basta chegar. A cada partida, criamos grupos novos e misturamos todos os presentes, porque a intenção é todo mundo jogar com todo mundo, sem panelinhas”, explica Souza.

Apesar do nome Gaymada SP, Souza lembra que o espaço é aberto a todas as pessoas LGBTQIAPN+. “Hetero são bem-vindos também”, reforça o organizador.

Mesmo quem não se animar para jogar, pode aparecer no evento apenas para torcer ou conhecer pessoas, como explica Souza.

“Muitos chegam apenas para assistir os jogos, para confraternizar ou mesmo por curiosidade. O mais bacana é que já vimos muitas amizades começarem ali”, orgulha-se.

Entre as histórias que o marcaram, Souza relembra um rapaz que apareceu no jogo indicado por sua psicóloga.

“Ele nos contou que era tímido, não tinha amigos, e a psicóloga encontrou a divulgação do evento nas redes sociais e o indicou para conhecer novas pessoas. Deu certo, porque nos anos seguintes ele se tornou um frequentador assíduo e, depois das partidas, também saia com o grupo para confraternizar”, revela Souza.

Imagens: GaymadaSP/Divulgação

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